“Tomai sobre vós o meu jugo e de
mim aprendei, que sou manso e humilde de coração” (Mt
11,29)
Sobre esta
citação do Evangelho de Mateus, que venho manifestar tamanha alegria para com o
serviço com que estarei assumindo para toda a minha vida por meio do Sacramento
da Ordem, em seu primeiro grau que é o Diaconato.
Como sabemos
o diaconato é o primeiro grau recebido pela pessoa que está sendo chamada
através de sua vocação ao sacramento da Ordem a se consagrar presbítero da
Igreja. Porém, nem sempre. Pode-se ser diácono de forma permanente e nunca ser
sacerdote (presbítero ou bispo).
A palavra diácono
vem “do grego diákonos (aquele que
serve)” (GERARDI, R. Diácono. In: LEXICON.
p. 194), e os que acabam por receber a diaconia têm como serviço as obras de
caridade, a servir aos mais pobres, aos mais necessitados.
Podemos também
constatar no Novo Testamento dois termos usados para designar o servo e serviço
que é o diácono e diaconia. Vemos o próprio Paulo, que se considera servo, pois
ele era aquele que estava sempre anunciando a Boa Nova, anunciando o Cristo,
como nos explicita na sua Primeira Carta aos Coríntios: “quem é, portanto,
Apolo? Quem é Paulo? Servidores, pelos quais fostes levados à fé; cada um deles
agiu segundo os dons que o Senhor lhe concedeu”. (1Cor 3,5; Cf. GERARDI, R. Diácono. In: LEXICON. p.194)
Já na comunidade
de Filipos, nos indaga na apresentação da carta: “Paulo e Timóteo, servos de
Cristo Jesus, a todos os santos em Cristo Jesus que estão em Filipos, com seus
epíscopos e diáconos”. (Fl 1,1) Aqui observamos que “com diácono quer-se
indicar uma função particular, um ministério eclesial, associado aos bispos e
aos presbíteros”. (GERARDI,
R. Diácono. In: LEXICON. p.194)
Tomemos o trecho
de Atos dos Apóstolos (At 6,1-6), em que temos a instituição dos Sete: “Naqueles dias, aumentando o número dos
discípulos, surgiram murmurações dos helenistas contra os hebreus. Isto porque,
diziam aqueles, suas viúvas eram esquecidas na distribuição diária. Os Doze
convocaram então a multidão dos discípulos e disseram: ‘Não é conveniente que
abandonemos a Palavra de Deus para servir às mesas. Procurai, antes, entre vós,
irmãos, sete homens de boa reputação, repletos do Espírito e da sabedoria, e
nós os encarregaremos desta tarefa. Quanto a nós, permaneceremos assíduos à
oração e ao ministério da Palavra. A proposta agradou a toda a multidão. E
escolheram Estevão, homem cheio de fé e do Espírito Santo, Filipe, Prócoro,
Nicanor, Timon, Pármenas e Nicolau, prosélito de Antioquia. Apresentaram-nos
aos apóstolos e, tendo orado, impuseram-lhes as mãos.’”
Estes sete homens
foram instituídos pelos apóstolos para que pudessem servir às mesas se dedicando
à caridade.
Verificamos
também no Concílio Vaticano II, com a Constituição Dogmática Lumen Gentium trabalha o que é o diaconato
e suas principais funções: “Os Diáconos estão no grau inferior da hierarquia.
São-lhes impostas as mãos ‘não para o sacerdócio, mas para o ministério’.
Porquanto, fortalecidos com a graça sacramental, servem ao povo de Deus na
diaconia da liturgia, da palavra e da caridade, em comunhão com o Bispo e seu
presbitério. Conforme lhe for marcado pela autoridade competente, o diácono
deve administrar solenemente o batismo,
conservar e distribuir a Eucaristia, assistir e abençoar o matrimônio em nome
da Igreja, levar o Viático aos moribundos, ler a Escritura aos fiéis, instruir
e exortar o povo, presidir ao culto e às orações dos fiéis, administrar os
sacramentais, oficiar exéquias e enterros (…) Este Diaconato pode ser conferido
a homens de idade mais madura, mesmo casados, ou a moços idôneos, para os
quais, porém, deve continuar firme a lei do celibato.” LG. n.29
Por isso, vemos
que o diácono tem sua função própria, sendo que ele “não compartilha a função
do bispo como guia da comunidade, nem se quer função sacerdotal” (GERARDI, R. Diácono. In: LEXICON. p.194). O
diácono ele participa junto com o bispo do seu ministério, estando sempre à
serviço da Igreja.
Portanto, vejamos
como é colocado o diaconato, resumindo todo o
ministério do diácono, na Prece de Ordenação: “Assim, no início da
Igreja, os Apóstolos do vosso Filho, movidos pelo Espírito Santo, escolheram
sete homens de bem para ajudá-los no serviço diário, confiando-lhes a
distribuição dos alimentos, pela oração e imposição das mãos, a fim de que eles
próprios pudessem dedicar-se mais à oração e à pregação da Palavra. Olhai
também com bondade, Senhor, este vosso servo que consagramos como Diácono para
o serviço do vosso altar. Enviai sobre
ele, Senhor, nós vos pedimos, o Espírito Santo que o fortaleça com os sete dons
da vossa graça, a fim de exercer com fidelidade o seu ministério. Resplandeçam
nele as virtudes evangélicas: o amor sincero, a solicitude para com os enfermos
e os pobres, a autoridade discreta, a simplicidade de coração e uma vida
segundo o Espírito. Brilhem em sua conduta os vossos mandamentos para que o
exemplo de sua vida desperte a imitação do vosso e, guiando-se por uma
consciência pura, permaneça firme e estável no Cristo. Assim, imitando na terra
o vosso Filho, que não veio para ser servido, mas para servir, possa reinar com
ele no céu.” (CONGREGAÇÃO DO CULTO DIVINO E DISCIPLINA DOS SACRAMENTOS. Ritual de Ordenação … p. 118 – 119.)
Portanto, no próximo dia 07 de junho, na Solenidade do Sagrado
Coração estarei sendo ordenado Diácono para a nossa Igreja Particular, na
Diocese de Jaboticabal. Peço que rezem por mim, para que o meu serviço seja na
humilde, na alegria levando a Boa Nova a todas as pessoas!
Daniel Bento Bejo